17 de fev. de 2010

Às muitas tricoteiras



Uma definição adequada sobre o estilo de tricotar, deve-se levar em consideração que perfil nos identificamos mais. Já havia comentado no post anterior sobre o estilo que ganharam as tricoteiras, e o quanto são as influências que tornaram o tricô mais moderno. O tricô está ai, disponível mais do que nunca e há algum tempo, vem sendo uma arte sem fronteiras.

Com o tempo, vamos identificando no pessoal que tricota algumas características. Esta arte nos trouxe acessórios diferenciados que não encontramos mais nos baús de novelos. Em compensação, não achamos mais as relíquias que antes existiam.

Há tricoteiras de vários níveis, que depende do acúmulo de experiências e formas muito particulares de tricotar. Sempre tem alguém que sabe um toque a mais e fornece boas dicas bem na hora que precisamos - depois que a gente já quebrou a cabeça fazendo e refazendo muitas vezes os pontos da receita.


Em algum momento da vida, você já se deparou na situação em que se sentiu assim:
  • Tricoteira Ansiosa: sabe aquele ponto que não aprendemos nunca e que parece que a receita "trava"? A ansiedade toma conta quando olhamos as "300" peças que queremos tricotar. O tricô acaba ficando desorganizado e aquela agulha que precisamos bem naquela hora...simplesmente sobe. Não só o fio fica enrolado, mas a própria que tricota. A dica é dar uma volta e um tempo para as agulhas, e depois voltar mais tranquila e remotar os pontos.

  • Tricoteira Modernoza: está sempre de olho nos acessórios importados que surgem no Knit World. Além de serem mimos para um bom tricô, são dotados de utilidade que facilitam o manejo do tricotar e auxiliam nas técnicas. São contadores e seguradores de pontos, agulhas circulares intercambiais e muitos outros acessórios que encantam as tricoteiras brasileiras. Mas enfrentamos ainda o acesso, o preço, os impostos de importação e muitas vezes ficamos só na vontade de uma bela agulha circular de niquel.




  • Tricoteira Fashion: Fios, lãs e texturas são as suas manias para experimentar modelos e novas idéias. Receitas e inventos com estilo e bom gosto, estão inspirados no que ditam as marcas famosas nos desfiles da estação e as novas tendências. Modelos diferenciados realmente fazem a sua cabeça e possui um estilo arrojado de tricotar e de criar suas peças.



  • Tricoteira Clássica: Longe de chamá-la de velhinha tricoteira, que ficava sentadinha na cadeira de balanço fazendo tricô para todos da família. O estereótipo de quem não tem mais o que fazer e só faz tricô, já era! As tricoteiras clássicas possuem sim os seus manuais eternos de pontos, suas receitas que nunca saem de moda e seu baú de experiências que trazem de anos. Prontas estão elas para dividir com as novatas o que sabem. Hoje estão em pleno contato com a tecnologia, com seus blogs, Raverly e tudo que o bom e o velho tricô lhes proporciona.


  • Tricoteira Relax: Faz o seu tricozinho numa boa. Vai aprendendo aos poucos a dar seus pontos mais elaborados e se diverte quando faz o seu cachecol em Fios de Tricô. Faz seu o Knit Basic e está aberta a fazer gorros e polainas. A pressa e a obrigação não fazem parte do seu tricotar. Faz o estilo de tricotar o básico e o essencial.

  • Tricoteira Persistente: Namora aquela receita há anos e finalmente chega aquele inverno que vai sair a peça! Insiste, persiste, erra, desmancha, aumenta, diminiu, muda o fio, faz amostras, monta pontos (de 20 para 30, e resolve deixar só 25 pontos na montagem), muda o ponto, a receita, a cor, o tamanho da agulha...Mas é admirável a sua capacidade de tentativas e o seu poder de "ensaio e erro" para que o seu tricô saia na linha! Avante! Tudo isto pela arte! E no final admira-se com o que cria!


Como comentei, em algum momento da nossa trajetória como tricoteiras, nos vemos nestas situações. Eu mesmo lembro que foram muitas as vezes, que me senti ansiosa por não conseguir terminar projetos pendentes e por não saber fazer um ponto ou outro. Ou até mesmo, morrendo de vontade de ter todos os acessórios e mimos tricoteiros que fazem o tricotar ficar caprichado, afinal merecemos. Amamos esta arte e fazê-la é um prazer muito grande. Que bom que sei fazer tricô, nem que seja alguns pontos e peças básicas. O importante mesmo é dar o seu próprio estilo aos pontos, sempre acrescentando à nossa forma particular neste universo tão grande que é o tricô!

8 de fev. de 2010

Que estilo ganharam as tricoteiras?


O tricô, tem ganho novas nuances e com o tempo também novos estilos. No auge dos anos 80, quem não aprendeu a dar seus primeiros pontos? Eu mesmo comecei assim. Havia muitas opções nesta década, pois a Revista Mont Tricot estava a mil pelo Brasil e pelo mundo. Receitas certinhas e que as tricoteiras se orgulhavam em ter em pleno produto nacional revistas de 1100, 1300 e 1500 Pontos. Um verdadeiro luxo e orgulho para a toda a tricoteira, fosse ela aprendiz ou expert.
Hoje quem tem estas edições guarda com carinho, relembrando o tempo em que existiam materiais nacionais de mais circulação e que estava disponíveis em qualquer banca de revistas.

Atualmente possuimos acesso à internet, blogs diversificados, com idéias muito criativas. Os gráficos são mais do que nunca legíveis em qualquer idioma. Pode-se ler um gráfico em russo com a maior facilidade. Muitos termos estão sendo incorporados na linguagem das tricoteiras. Falamos em receitas de Shalws, Bags, Socks, Mittens, Gloves e os famosos Laces.

As técnicas também foram absorvidas na linguagem das tricoteiras da atualidade, mesmo que o bom e velho tricô seja igualzinho, mas assim como a tecnologia avança, cá está o Knit apropriando-se de novas nuances: Cast on; Cast off; Cables and so on...(etc).
Tutoriais, videos, programas que criam o gráfico que desejamos e os grupos e comunidades formados por pessoas que juntas se identificam com esta arte.

Que estilo ganharam as tricoteiras? O mercado nacional de forma ainda muito tímida, olha aos poucos para as tricoteiras do Brasil. Já se encontram contadores de carreira, agulha para tricotar no escuro, seguradores de pontos e outras coisinhas mais, que são valorizados e tem uma função importante para tricotar.

Há um grande nicho de mercado a ser explorado no que se refere ao tricô no Brasil. Vale apostar na qualidade e disponibilizar produtos realmente bons para se tricotar por aqui. Se encontrássemos materiais Made in Brazil, não pagaríamos uma quantidade significativa de impostos para produtos importados, porque simplesmente não encontramos por aqui.

Para esta arte continuar, há algumas receitas:
  • Compartilhe o que você sabe, pois só assim o tricô permancerá;
  • Procure ser criativo, se não há no Brasil algum produto que gostou e que lhe será útil invente, pois brasileira sabe fazer isto muito bem;
  • Não se sinta obrigada a saber receitas importadas, tem sempre uma amiga tricoteira a lhe ajudar;
  • Tenha o seu próprio estilo de tricotar, padronizações limitam a sua criatividade.
  • E se você só sabe fazer cachecol, você já é uma tricoteira!
Abraços!